Acre
Estado vai disponibilizar cerca de 4 mil DIUs para adolescentes em unidades básicas de saúde em Rio Branco
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A proximadamente 4 mil dispositivos intrauterino – o DIU vão ser distribuídos para adolescentes de 14 a 17 anos. A distribuição deve ser feita na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Tucumã, em Rio Branco.
A ação faz parte do programa Apice On do Ministério da Saúde, como medida para reduzir o índice de gravidez na adolescência.
O ginecologista e obstetra Everton Santiago falou sobre o método contraconceptivo no bate-papo do G1 nesta quarta-feira (27).
Dados do Sistema Nacional de Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde, mostrou que ao menor 3.826 adolescentes – entre 10 e 19 anos – se tornaram mães no Acre em 2017.
O número, ainda considerado alto pela Saúde, apresenta uma redução de 18% em relação aos últimos cinco anos, já que em 2013, 4.674 adolescentes se tornaram mães, segundo o relatório. A região que concentra o maior número de casos é do Baixo Acre e Purus – com 2.095 caso.
“Ainda é uma política nova, outros estados do país não estão fazendo. Estamos na frente, só que estamos fazendo o protocolo clínico, com processo de capacitação dos enfermeiros, ou seja, essa parte mais teórica e clínica. Vamos estar com tudo pronto até outubro, na Policlínica do Tucumã, que é nossa referência”, explicou o gerente da Divisão de Saúde do Adolescente da Sesacre, Antônio Neto.
A inserção dos dispositivos deve começar ainda em novembro desse ano.
Ainda segundo Neto, as adolescentes que têm interesse no método devem ser beneficiadas com o DIU de cobre, que não tem hormônio e não prejudica o sistema reprodutivo da mulher.
“A orientação da saúde do adolescente no Brasil é a política de 10 a 19 anos, mas estamos fazendo a partir de 14 anos de idade que é a faixa de estupro de vulnerável. Outros estados estão na discussão para aumentar a redução para 16 anos”, falou.
O ginecologista Santiago explicou que as adolescentes podem solicitiar a implantação do método logo após o parto ou em situações de estupro. Ele falou ainda que, com a medida, a Saúde planeja reduzir o número de adolescentes grávidas no estado.
“O DIU é usado por um período logo, de até 10 anos. É um método seguro e eficaz. Continua sendo oferecido na atenção básica e agora estamos aumentando o DIU para o pós-parto e aborto imediato”, assegurou.
Para ser candidata ao procedimento, a adolescente precisa ter uma vida sexual ativa. Além disso, Santiago explicou que as jovens, assim como outras pacientes, vão ter acompanhamento médico ao longo dos anos para evitar problemas através de um credenciamento.
“Os estudos mostram que essa idade [14 anos] é a mais indicada para fazer a inserção, pode ser inserido antes, mas temos outros parâmetros que não são ideais para uma idade abaixo disso. Temos alguns dados que levamos em conta antes da inserção do DIU. Na adolescente é ideal fazer uma ultrassonografia para fazer a medida desse útero. Uma adolescente que colocou com 14 anos e vai ficar até os 24, esse crescimento não vai fazer o DIU sair do lugar”, avaliou.